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A

Adega

Por Carlos Castanheira

 

Uma adega já não é o que era.

Ainda conheci adegas onde as teias de aranha e o pó eram sinal de tempo e do tempo.

O tempo era também, quase sempre, o sinal de qualidade, pois o vinho que se preservava ao longo do tempo, no tempo, era do bom e ficava melhor ainda depois de ali ficar estacionado uns anos.

As adegas estão em transformação e já não há lugar para o pó nem para as teias de aranha.

Autênticos laboratórios, regem-se por rígidas regras de laboração e de higiene. Obedecem a uma ciência apurada de dosagem, regulação de temperatura, acelerada ou lenta, mais ou menos química. Em alguns casos, uma adega é um espaço de verdadeira alquimia.

A Adega Casa da Torre já existia, pois na propriedade já se fazia bom vinho. A vontade de produzir mais, melhor e de acordo com as novas regras, obrigou a repensá-la e obrigatoriamente a aumentá-la.

A localização e a orientação são excelentes. Encastrada no terreno tem o lado a sul protegido da insolação e das altas temperaturas. O poente também. O norte é uma parede alta e espessa de granito. A nascente está o acesso e o espaço de acolhimento.

A ampliação limitou-se a acrescentar o necessário, respeitando o existente. A transformação começou na cobertura: de várias e complexas estruturas e planos, criou-se uma estrutura de duas águas. O vão transversal de 18 metros obrigou à introdução de pilares centrais, indesejados e indesejáveis, e, por isso, reduzidos ao mínimo. A estrutura de madeira lamelar é simples, apesar das quatro escoras que se abrem a partir de um pilar, ajudando as vigas de cobertura.

Cabos de aço estabilizam as grandes forças horizontais produzidas pela estrutura e materiais de cobertura.

No interior, os materiais foram escolhidos obedecendo a critérios de higiene, durabilidade e manutenção.

Os pipos e dornas deram lugar a cubas de aço inox, alinhadas a rigor, de ventre abundante, umas cheias, outras prontas a receber o precioso néctar.

Sobre o tanque de pedras de granito exterior, o volume do pequeno escritório está fora e dentro procurando a relação dos dois espaços.

O acesso faz-se por uma escada também de madeira. Um passadiço elevado permite a circulação, ligando cotas do terreno exterior, a poente, e o piso do escritório.

A cobertura projecta-se sobre o lajeado da entrada, cobrindo acessos, sanitários e o "pipo" que é laboratório.

A luz, quanto baste (bate), é coada por um ripado de madeira. Lá dentro o vinho mantém-se e matura-se, depois da azáfama da vindima, do pisar, da fermentação e de todo o saber inerente ao processo.

Os trabalhos na adega obrigaram a repensar a envolvente exterior. Transplantaram-se árvores, mudaram-se pedras e fizeram-se tanques como no antigamente, lajeados ciclópicos. Aproveitaram-se águas perdidas e controlaram-se.

Uma adega já não é o que era. Está melhor, assim como o vinho. Fresca como é o vinho. O verde.

 

Cucujães, 05.05.2009

Carlos Castanheira

 

Memória descritiva e justificativa da adega da Casa da Torre

A adega está equipada para transformar 180.000Kg de uvas brancas e com uma capacidade de fermentação/armazenamento de 120.000lit

As uvas são provenientes de três quintas pertencentes à família – Quinta da Senra, Quinta da Casa Do Cruzeiro, e Quinta da Casa da Torre – perfazendo um total de 21ha de vinha.

As uvas chegam à adega em caixas de 20Kg, posteriormente serão ou não, desengaçadas e esmagadas, caindo directamente para as prensas . Durante o processo de vinificação (descarga das uvas para o desengaçador/ralador, enchimento da prensa e enchimento das cubas de decantação) é usada a força da gravidade, não sendo usado qualquer tipo de bomba.

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Uma adega já não é o que era.

Ainda conheci adegas onde as teias de aranha e o pó eram sinal de tempo e do tempo.

O tempo era também, quase sempre, o sinal de qualidade, pois o vinho que se preservava ao longo do tempo, no tempo, era do bom e ficava melhor ainda depois de ali ficar estacionado uns anos.

As adegas estão em transformação e já não há lugar para o pó nem para as teias de aranha.

Autênticos laboratórios, regem-se por rígidas regras de laboração e de higiene. Obedecem a uma ciência apurada de dosagem, regulação de temperatura, acelerada ou lenta, mais ou menos química. Em alguns casos, uma adega é um espaço de verdadeira alquimia.

A Adega Casa da Torre já existia, pois na propriedade já se fazia bom vinho. A vontade de produzir mais, melhor e de acordo com as novas regras, obrigou a repensá-la e obrigatoriamente a aumentá-la.